quarta-feira, 14 de julho de 2010

A arte constrói

Ser um construtor é construir conhecimento, trocar experiências, mostrar que a arte não tem limites e nem barreiras capaz de impedir o outro, o eu, o nós de sabermos mais e mais.

É criar, demonstrando que o novo pode estar em qualquer lugar a qualquer hora, para qualquer um.

É ligar o todo, chamar a atenção, surtir efeito, causar curiosidade, incomodar, qualquer coisa do gênero que leve o outro a parar mesmo que seja por um instante apenas ou se este não parar que possibilite a percepção mesmo que distante, de algo diferente no ar, no cotidiano, na vida, no local de passagem.

É querer dizer algo, lutar de formas diferenciadas daquelas que levaram a violência e até mesmo a atos desumanos e injustos.

Falar com a música, com o corpo, com a expressão, com o olhar , com a Arte.

Falar com aquele que e no caminho de volta ou quem sabe de ida possa perceber que ele é um ser social importante, que ele foi encontrado por alguém, por um coletivo que em algum momento o percebeu.

É ligar pontes, idéias, palavras, olhares, sentimentos, informações que nos levem a transformações, internas e externas.

É poder nem que seja por alguns instantes construir algo significativo na vida de uma sociedade, do eu, do outro, do nós!

O que é ser um construtor de pontes?

Construir uma ponte é olhar o terreno,
calcular a distância e a profundidade...
É unir qualquer coisa, seja no deserto ou na própria cidade.
Pode passar pela água, pelo abismo ou pela indiferênça...
E mata a preguiça, trazendo o outro na sua presença.
Pode ser de ferro, concreto armado ou de afeto e carinho...
De madeira e pregos, de cipó da mata ou de dormir juntinho.
Mesmo que fiquemos unidos pra sempre naquele horizonte...
Pra sempre teremos que, entre a gente fazer nossas pontes.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

O que é ser construtor de pontes?

É o construtor de condições,
aquele que constrói
a disponibilidade
o que liga pontos
o que faz conexões
o que propensia a passagem
o que propícia o diálogo
calca o alicerce
e muda a realidade
marginaliza o cotidiano
concretiza a poesia cinza.
É aquele que faz
e que depois é feito.
Artesão de individualidades
cotidianas
costureiro de imagens
metropolitanas
ser fundante do eu no todo,
do um no coletivo,
do isolamento de concreto.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Empacotando Árvores

Luanda e eu empolgados com Land-Art, pelo menos a gente desistiu de pender um ator na ponte com silver tape (por enquanto)

Construindo Pontes

O que é ser um construtor de pontes?

Me preocupo com o que me envolve, e com o que está dentro de mim, em como as coisas entram e saem e em o quanto esse movimento é consciente, me preocupo em tentar entender o contexto, em questionar, em rever as coisas e procurar enxergar em que elas me influenciam, em ser homem e contemporâneo, mas sem deixar nada de lado, tento construir pontes entre mim e o resto, entre o que interressa e o que no fim, talvez, eu me esqueça.


Magno, o subjetivo

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Memória histórica

Do livro Teatro pós – dramático de Hans-Thies Lehmann
Do capítulo: Teatro e memória


“Segundo Maurice Halbswachs, a Memória Coletiva – da qual faz parte à memória cultural – certamente se compõe a partir de uma soma de memórias individuais, mas é diferente da soma de lembranças individuais e é mais do que ela. Na verdade, a existência de uma memória coletiva é um pressuposto indispensável para a constituição da memória individual. Somente a memória coletiva dá forma, lugar, profundidade e sentido às rememorações individuais. Algo como o provimento afetivo de experiências coletivas é então necessário para que a história pessoal – lembrança e experiência de um passado – possam ganhar forma”.
O teatro é um espaço de memória e revela uma manifesta relação com o tema da historicidade, ainda mais agora, num tempo midiático, em que a “liberdade” passa a aparecer idealmente como a mais completa desobrigação do indivíduo. O teatro tem a ver com a memória, da qual é justamente indissociável a idéia de algum tipo de compromisso. Cada momento presente que reconhece mostrar em si vestígios de sua origem se encontra – tanto em seus traços bons como ruins – como elo de uma corrente, sem a qual não teria existido. Apesar desse nexo de dependência e compromisso que necessariamente liga a consciência e também o teatro à história, o teatro não é história, assim como não é representação diretamente política (que hoje em dia outras mídias lhe subtraem). Heiner Muller gostava de observar que o acontecimento mais importante da época elisabetana, a derrota da Armada em 1588, não aparece em nenhum drama daquela época.
Em nosso contexto, “memória” não significa qualquer tipo de depósito de informações e “lembrança” não é um procedimento no qual este ou aquele dado acumulado no depósito – memória seja convocado ao bel prazer. Com o termo “passado” não se designam os assim chamados fatos da história. Quem procura no teatro os “conteúdos” culturais de tempos idos, segundo o hábito dos antepassados, não ilumina o potencial de memória do teatro, mas apenas sua função de Museu. Mas o museu é um meio – um meio de depósito. Em contrapartida, uma representação teatral não é nenhum meio para outra coisa – por exemplo, para uma consciência histórica aguçada quando, após a representação, a pessoa se encontra novamente na rua. A memória acontece de outra maneira – a saber,” “quando a abertura da visão se faz no tempo entre olhar e olhar (Muller), quando algo não visto se torna visível entre imagem e imagem, quando algo não ouvido se torna quase audível entre som e som, quando algo não sentido se torna quase perceptível entre as sensações.

Benvindo Coletivo Construtores de Pontes!

Este é o nosso novo espaço de troca.

Cabe a nós alimentá-lo: lendo e postando.

São benvindos: ideias, depoimentos, reflexões, indicações de textos, músicas, imagens e outras referências relacionadas ao Projeto Cidade-Trabalho.

Evoé!

Luanda Eliza ( Equipe de Direção)